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segunda-feira, agosto 02, 2004

E assim vai o Mundo...

Falemos de coisas sérias. OK, OK, eu sei que é chato, mas também é preciso. Ou pensam que a vida é só foder, comer, dormir e ver TV?

Darfour, ou Darfur, é uma região do actual Sudão, que, nestes últimos tempos tem andado nas bocas do mundo, à conta de umas escaramuças que lá estão a acontecer: porrada entre etnias e essas coisas, tão típicas daquelas terras.
Certamente já terão ouvido falar nisto, pois presumo que também usem a TV para ver notícias e não apenas para baterem punhetas à conta dos canais porno e sonharem com as telenovelas de cácárácácá. Além disso, existem outros jornais para além do "Jornal de Sexologia" ou o "Sexy Club", caralho...

Na sexta-feira passada, foi votada uma resolução nas Nações Unidas que visa forçar o Sudão a terminar com o clima de tensão que se faz sentir em Darfour.
Não deixa de ser irónico que duas das nações que tanto esforço estão a fazer para forçar uma intervenção na zona, com "intenções humanitárias" (dizem eles...), sejam, precisamente, as principais responsáveis pelo que se está a passar: a Grã-Bretanha e a França. De facto, em finais do século XIX, na ânsia da divisão do mundo, e, em concreto, da grande terra das oportunidades que era então África, estas duas potências coloniais, a par de outros participantes mais ou menos secundários (Portugal incluído), traçaram linhas imaginárias sobre as cartas, fronteiras entre os seus domínios, sem respeitar os direitos e as tradições dos povos que ali viviam há séculos.

Entretanto, os tempos passaram. As colónias e protectorados deixaram, de forma mais ou menos pacífica consoante a vontade do opressor, a alçada das potências europeias e optaram pela autodeterminação, enveredando pela independência e pela liberdade. Só que velhas feridas ressurgiram, cortes profundos provocados pelas facas de trinchar dos colonizadores e nunca sarados.
Darfour é um exemplo desse regabofe, desse banquete servido às mesas de negociações, fruto dos acordos de Berlim e outros que tais.

Fica sempre bem aos culpados optarem por uma postura "Tide", isto é, de branqueamento da História. Aparecem nas TV's, nos "breaking news" da CNN e da Sky, a lamentar os mortos e os refugiados e a bradar ameaças contra um inimigo que serve às mil maravilhas para culpar por tudo o que acontece de mal: um regime que não alinha pela sua bitola.
E como a memória é curta, especialmente no que concerne a estas coisas, ninguém vai ligar nenhuma ao que se passou há mais de 100 anos, num salão qualquer, antes de um baile.
Enfim...

A crise seguirá dentro de momentos...


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